
Ao léu, ao céu, aos meus... Meus caros e tantos, sim, aos meus.
Fiz-me réu, fiz-me e faço ao julgar o aço que corrobora o outro,
Se os julgo, condeno-me, agora, pois ficam a fé, a esperança e o amor aos meus.
A fé não se abalou, a vejo forte, a vejo nobre, brilha no céu, no céu da boca, na tua boca no nosso anseio e me refreio, me faz menos para que o esteio - que agora jaz - Me faça grande ao contemplar o meio.
A Esperança, outrora em riste, com o verso de um disco quebrado,
Que ainda vem, e que insiste, insiste e insiste - fez o seu ninho e do meu peito não quer voar,
E ainda que às vezes triste, somando grãos de pensamentos, guardo comigo o que releva e que revela os meus argentos e neles vou em um barquinho vou solto e nu a navegar.
O Amor, que ao que parece, fez pacto de silêncio às minhas preces põe me de novo em um cantinho, um pedaço de terra cercada, em uma senda, uma rotina nova que abre mágicas, uma nova cartada para este jogo, uma nova bebida com nome feminino, uma namorada nova para a sociedade - querem comprar minha liberdade, meu direito de ser louco!
De viver, de fazer graça de achar pouco,
Querem comprar meu silêncio pensante, minhas palavras minha consciência, querem comprar a sugestão e a farsa, querem jogar de novo com meu povo, os Jorges e as Marias que me formam, querem vender minhas idéias como se nunca fossem minha: Um capitalismo sórdido quer comprar minha Anarquia, e sozinho, sem vez ou voz, se vendem tantos e todos um a um, num jogo atroz e mudo se faz, e para, e cala e guardam em nós todos os nós que amarram os laços, de presentes gregos e sem nexo, guardam os nossos sexos, guardam nossa identidade.
E sem vez e voz se calam, e enfraquecem, e esfriam e frígidos vão - Dormir o sono dos Justos - Galgar um degrau na escuridão.
Por vezes me calo, porque se falo sou esnobe e se calo sou um qualquer,
Indiferente passo, e vejo e faço - Ajo assim como um qualquer,
Vejo em cada o homem e cada mulher, a chance de libertar-se de uma prisão.
E Espero, no banquinho sentado, chegar uma nova namorada, uma nova liquidação.
Espero o julgo de um novo passo, e vejo um povo buscando em maços um lugar perto do nada junto aos sonhos e o coração, salvo a exceção meu Eu, que de tantos Eus perdidos, corrompidos, vendidos, manipulados, guardei um bom para mim e um para você.
Agora pois permanecem a Fé, a Esperança e o Amor, mas destas três a maior MESMO é o Amor.
Por Rhuan E.
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